Vento Leste. «Luso-orientalismo(s)» nos filmes da ditadura
O LUSO‑ORIENTALISMO NA FILMOGRAFIA PRODUZIDA DURANTE O ESTADO NOVO SOBRE A «ÁSIA PORTUGUESA»
A filmografia sobre a «Ásia portuguesa» realizada em Portugal durante o Estado Novo é limitada. Produzida tardiamente, projectou uma retórica luso‑tropicalista que propagandeava a importância — mítica, porque já passada — de um império outrora vasto. Durante a ditadura, as colónias orientais mantinham sobretudo um valor simbólico.
Analisando a filmografia existente, Vento Leste propõe que a escassez de filmes sobre o «Oriente português» decorre sobretudo do valor simbólico destas comunidades imaginadas, evocadas com certa indefinição porque a sua relação com a metrópole estava há muito em desagregação, assentando em projecções e ruínas. Com o surgimento de tensões entre Portugal e a Índia quanto à autonomização da «Índia portuguesa», a filmagem das colónias orientais surgiu da necessidade de a ditadura sedimentar um discurso luso‑orientalista, que, não obstante, ignorou as especificidades locais e a miríade de diferenças entre a África e a Ásia e entre os territórios colonizados nessas regiões.
Autora Maria do Carmo Piçarra
Revisão Tinta-da-china
Composição e capa Tinta-da-china (P. Serpa)
Fotografia da capa Paisagem goesa © UL/IICT
1ª ed. 2023
Nº de páginas 256
ISBN 978‑989‑671‑790‑2
Idioma PT
Marca | Tinta da China |
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