O Guarda-chuva do Sr. Hulot
Nos anos 1960 e 1970, os realizadores percorreram Portugal em busca da autenticidade de um país rural, à laia de «camponeses do cinema», como dizia António Reis. Este livro trata o cinema documentário e ficcional de vocação etnográfica na sua ligação com a representação da cultura popular de matriz rural e a identidade nacional. Pretende tornar visível este cinema quer na história da etnologia portuguesa, quer na história do cinema português. A obra releva a questão da fixação por este cinema dos conceitos de ruralidade, pastoralismo, tradição, raízes e autenticidade, partindo desta filmografia enquanto produtora de um discurso de objectificação da cultura popular portuguesa e de uma ideia do país, ou da memória do país, cuja homogeneidade vai questionar. O livro trata os usos da imagem a partir de várias modalidades identificadas: o arquivo etnográfico, o documentário etnográfico, a imaginação ou poética de inspiração etnográfica e, finalmente, o cinema revolucionário e o discurso ideológico. Comum a todos eles é o facto de redundarem num cinema que se imagina próximo do povo que é filmado por razões que oscilam entre a produção e recolha de informação científica e as motivações românticas ou políticas.
Autora Suzana Ramos
Ilustrações Cátia Vidinhas
Capa Cátia Vidinhas
Paginação Cátia Vidinhas
1ª ed. 2023
ISBN 9789899159129
Número de páginas 32
Idioma PT
Marca | Minotauro |
---|