Contemporânea #2
O segundo número da edição impressa da revista Contemporânea, foca-se na cidade de Lisboa e tem como referência a ideia de Dérive. Entendida na lógica de Guy Debord, enquanto processo de apropriação espacial, a Dérive surge como uma deambulação onde se opera o (re)conhecimento de um dado território. Baseada nos afetos e nas empatias que se estabelecem com diferentes locais, o que emerge é uma cartografia complexa de importâncias e afinidades. Nesse sentido, mais do que mapear o traçado geométrico da cidade, ou mensurar as distâncias e os caminhos entre diferentes zonas, o que se demarca é a intensidade de cada parte, o carácter do seu conjunto e um grupo de relações que não se articulam de modo directo, ou linear.
Neste número, pretende-se analisar a forma como as dinâmicas associadas ao campo das artes visuais influem na cidade de Lisboa, na sua vivência e no seu desenvolvimento. Sob a feição da dérive, deseja-se entender um grupo de situações que existem no presente, que se podem ligar no passado e que podem projectar-se no futuro.
Em formato de entrevistas, crónicas, ensaios escritos e ensaios visuais, este número propõe-se reflectir sobre um conjunto de tópicos, como, entre outros, a capacidade de polarização das instituições existentes, a agregação de galerias por bairros específicos da cidade, a dinâmica dos espaços culturais de cariz independente, ou a fidelização de novos públicos e agentes internacionais, que hoje poderão retratar a cidade. Trata-se, assim, no que se crê ser um momento impar no desenvolvimento cultural de Lisboa, de olhar para o território e para os seus actuais motores de crescimento, procurando entender o seu comportamento, os seus agentes e as suas dinâmicas.
Marca | Contemporânea |
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