Antero de Quental: a época dourada de Vila do Conde (1881-1891)
Os últimos dez anos da vida de Antero de Quental, 1881-1891, em Vila do Conde, à parte os iniciais, têm sido considerados pelos anterianos como os mais felizes da sua vida pois finalmente conseguira a almejada melhoria da saúde e certa ordem e sossego, dormindo, pensando e escrevendo bem (tanto os seus últimos ensaios filosóficos, como treze sonetos são a prova disso), vivendo acompanhado das suas duas pequenas, Beatriz e Albertina, filhas do amigo Germano Meireles e de Teresa de Jesus Costa, e recebendo vários ilustres amigos, tais como Jaime Magalhães de Lima, Joaquim de Araújo, António de Azevedo Castelo Branco e Eça de Queirós, para conversas peripatéticas na orla, certamente por vezes algo ventosa, do revigorante oceano Atlântico.
Da comunicação ao Congresso do centenário da sua morte em 1991, pela Ana Maria Almeida Martins, sem dúvida actualmente a melhor conhecedora de Antero, resultou a publicação em 1993 do belo livro Antero de Quental, a década dourada de Vila do Conde (1881-1891), do qual resolvemos partilhar a bela capa com a vista de Vila do Conde oitocentista, com o estaleiro junto ao convento, a dedicatória autógrafa da Ana Maria e algumas páginas e imagens.